segunda-feira, 15 de junho de 2015

A pólis de Esparta


Quando estuda-se o mundo grego antigo lembramos, imediatamente, de Atenas e Esparta. Esta última, sobretudo, devido o filme 300 de Esparta. Na Grécia existiam dezenas de pólis, ou seja, cidade-estados, por exemplo, Corinto e Tebas. Esta região foi aos poucos passando por um processo de formação até chegar no período clássico como o ápice do desenvolvimento (pelo menos em Atenas). Existiram os cretenses ou minoicos (Civilização que floresceu na ilha de Creta) que influênciou a cultura grega além da civilização Micênica ( civilização que floresceu na cidade de Micenas) fundada pelos aqueus. Muitos pesquisadores afirmam que esta civilização já era grega, porém foi derrotada pelos dórios. E falando em povos você sabia que os gregos formam formados a partir de quatro povos que foram chegando em momentos diferentes à Helade (Grécia)? Foram os Jônios, Aqueus, Eólios e os Dórios. Os habitantes do território que viviam antes da chegada destes 4 povos indo-europeus foram chamados de Pelasgos, mas pouco sabe-se deles. 

Por este mapa pode-se perceber que a Grécia é recortada por mares (Jônico, Egeu e Mediterrâneo) além disso seu relevo é acidentado, ou seja, cheio de montanhas o que provavelmente dificultava a comunicação entre as pólis. Por falar em pólis não podemos esquecer que elas eram independentes e autônomos em relação às outras. Isso significa que cada cidade-estado (pólis) tinha sua própria forma de governo e suas próprias leis, mas aproximavam-se pela língua (grego) e a religião. Vamos conhecer um pouco sobre Esparta.


Esparta

Esparta estava localizada na península do Peloponeso na região da Lacônia e tinha por principal atividade econômica a agricultura (plantio de cereais, oliveiras e vinhas) além da pecuária. O comércio marítimo não foi bem desenvolvido devido os grandes desfiladeiros na região que também impuseram um isolamento à região.
Segundo a tradição a cidade foi fundada pelos dórios no século IX a.c e o legislador Licurgo ( Não existem informações precisas sobre ele) estabeleceu as leis em Esparta tornando-a militarizada. Isso mesmo! Era uma cidade voltada para a guerra.

A sociedade

Em Esparta havia uma oligarquia, ou seja, poucos participavam das decisões políticas. Somente os espartanos ou esparciatas além de ser uma diarquia (governada por dois reis). Estes tinam a função militar e religiosa.
A sociedade estava organizada da seguinte maneira:
  • Esparciatas ou espartanos: eram os descendentes dos conquistadores (dórios), não pagavam impostos, não praticavam qualquer atividade econômica (deveria prepara-se para a guerra), eram os cidadãos (possuíam direitos políticos), tinham as melhores terras e claro serviam ao exército;
  • Periecos: eram livres, possuíam as piores terras, provavelmente descendiam dos povos conquistados pelos espartanos, mas não resistiram à dominação, pagavam impostos, não tinham direitos políticos, serviam em algumas funções no exército no período de guerra e dedicavam-se às atividade econômicas como o comércio e artesanato.
  • Hilotas: ao contrário do que muitos livros afirmam eles não eram escravos, mas servos do Estado espartano, pois eram da mesma origem, permaneciam no mesmo locam onde moravam antes de serem dominados e estavam presos à terra. Eles eram totalmente desprezados e eram obrigados a trabalhar nos lotes de terras dos espartanos, assim como, servir no exército em caso de guerra. Segundo alguns estudiosos eles formavam a população que resistiu à dominação dos espartanos. Ao longo do tempo promoveram várias revoltas e eram constantemente mortos pelos espartanos.
O poder
Como explicado anteriormente em Esparta havia uma diarquia e só os espartanos possuíam direitos políticos. Vejamos alguns órgãos:

Gerúsia: conselho dos anciãos constituído pelos dois reis mais 28 espartanos escolhidos pela ápela maiores de 60 anos, gerontes, que tinham a função de elaborar as leis, julgar as causas criminais e decidir se a cidade participava de guerras;

Ápela: assembleia formada pelos espartanos maiores de 30 anos. Seu poder era limitado, geralmente, confirmando as decisões da gerúsia. Indicava os membros da Gerúsia e do eforato; 

Eforato: composto por 5 membros, os éforos, escolhidos anualmente pela ápela. Tinham a função de fiscalizar a cidade, os funcionários e os reis.

A educação espartana 

Como muito bem mostrado no filme 300 de Esparta a educação era voltada para a preparação militar, isto é, para a guerra. Esta iniciava-se ao nascimento. Como assim? calma! Vou explicar. O ideal era formar bons guerreiros. Ao nascer a criança era levada aos anciãos e caso tivesse alguma deficiência física ou mental seria jogada de um penhasco. Você pode estar perguntando-se por quê? Quanta crueldade não é mesmo? Mas isso tem uma explicação. Um deficiente segundo a mentalidade espartana não teria condições de ser um bom soldado, forte.
A criança ficava com a família até os 7 anos a partir daí o Estado ficaria responsável pela educação. Eram levados aos acampamentos militares junto com outros meninos para serem bons soldados. Aprendiam a ler e a escrever somente o necessário e passavam inúmeras provações como forma de preparação (andavam nus, descalços e recebiam somente uma túnica para se protegerem) até o roubo era incentivado como uma preparação para esta possibilidade em momento de guerra.
Havia as kriptias que consistia na matança de hilotas à noite. O jovem deveria matar o maior número de hilotas possíveis, este mecanismo servia para controlar esta população. Aos 20 anos ingressavam no exército, aos 30 recebiam lote de terra com uma quantidade de hilotas e poderia casar-se. Aos 60 estavam liberados do serviço militar.
Como percebemos a educação era extremamente rígida e os valores que a norteavam eram disciplina, obediência e submissão. Os espartanos só poderiam falar com autorização de uma pessoa mais velha. Ficaram conhecidos por falar pouco. Bem diferente dos dias atuais.

A mulher em Esparta

Em comparação com Atenas a mulher em Esparta tinha mais liberdade. Ela poderia fazer ginástica, administravam a casa devido a ausência do marido em guerra. A função da mulher era bem definida, ou seja, era ser bem fisicamente para gerar filhos fortes e saudáveis com o objetivo de serem bons soldados.
Portanto, espero que tenham gostado e que eu possa de alguma forma ter ajudado! Estudem! Se você estar preparando-se para o ENEM ou vestibulares sem dúvida este blog vai te ajudar muito. Qualquer dúvida deixe no comentário. Se gostou ou não do texto deixe um comentário.

Por professor Bruno Rafael

Referências

ACKER, Teresa Van. Grécia: a vida cotidiana na cidade-estado. São Paulo: Atual, 1994;
FERREIRA, Olavo Leonel. Visita à Grécia Antiga. São Paulo: Moderna, 1997;
FLORENZANO, Maria Beatriz B. O mundo antigo: economia e sociedade. São Paulo: Brasiliense, 1982;
FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2009.



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